A Dor da Primeira perda....

Continuando á história do meu pai, um lutador. Sempre lutando por mim, com aquele sonho de ver á sua filha em pé. Meu pai trabalhava em Votorantim, em uma empresa chamada Votocel. Um dia ele estava trabalhando começou á passar mal teve que ir para o hospital, chegou á ficar internado, meu pai era dependente de álcool, mas os médicos simplesmente mandaram meu pai de volta para casa. A bebida corroeu tudo por dentro, mas os médicos não chegaram a dizer nada á minha mãe.

Em nossa casa, meu pai ficou dias delirando, falando coisas com coisas, mas devido ao meu problema eu sempre dormia com os meus pais, era exigência deles, tinham preocupação comigo. Como os médicos já sabiam que não existia mais jeito, mandaram para casa. Os médicos iam à minha casa e pedia para á minha mãe  que tirasse eu do lado do meu pai, pois ele delirava e já não reconhecia mais ninguém. E mais uma vez, minha mãe estava sofrendo, ate que um dia meu pai veio á falecer, deixando minha mãe com seis filhos para criar. Passando por aqueles momentos difíceis, eu já não tinha aquele quem lutou tanto por mim. Antes de ficar doente, ele me pegou no colo e fomos passear, eu e meu irmão mais novo e minha mãe, eu nunca imaginei que aquele dia seria o último passeio. Nem poderíamos imaginar!

Ele foi para o céu! Hoje meu irmão não lembra do rosto do nosso pai, ele tinha apenas seta anos de idade, morávamos na Vila Fiori, crescemos ali, e muitas coisas ficaram marcadas para sempre. O que meu pai deixou era uma companheira, uma grande Guerreira que nem ele mesmo sabia. Ficamos apenas eu e minha mãe e meus irmãos e continuamos a nossa vida. Minha mãe começou á receber a pensão do meu pai, que era muito pouco naquela época, que nem dava quase para sobreviver. Mas no meio das lutas, minha mãe sempre dava um jeito. O que não esperávamos é que dia iria bater em nossa porta, o juizado de menores, bem diferente de hoje em dia. Mas um choque para minha mãe. Eles tinham em mãos que minha era viúva com seis filhos, e que o valor da renda, não dava para sustentar todos. E veio a triste Noticia. Estavam preparados para levar os quatros filhos, que eram menores de idade, principalmente eu que era deficiente.

Minha mãe entrou em desespero, ela jamais deixaria levar seus filhos. Então minha mãe teve um prazo, para que aumentasse a sua renda Familiar, caso contrario nos iríamos para o juizado. Minha mãe ficou sem saber o que fazer, afinal  não podíamos trabalhar, éramos menores de idade. Então minha mãe pegou o meu irmão que tinha dezessete anos de idade e foi na Empresa onde meu pai trabalhava e conversou com o dono da Empresa, chegou a se humilhar contar á nossa situação, e que estava a ponto de perder os filhos, porque á renda que meu pai tinha deixado era pouco demais. Mas o dono da Empresa acabou-se comovendo com a situação e deu ao meu irmão o lugar que era do meu pai, mesmo que meu irmão fosse menor de idade. Mas assim mesmo não era Suficiente. Foi que ela começou a lavar plásticos e pegava roupas  de pessoas para lavar. Mas Graças á Deus quando o juizado voltou nos tínhamos conseguido alcançar o valor que precisávamos. Mas ela nunca deixou de cuidar de mim, e lutando todos os filhos juntos. Desse dia em diante ela passou á ser Pai e Mãe nas nossas vidas. Trabalhava, ia a reuniões de escola, pegava as meninas que iam crescendo, saia em casa em casa ate arrumar um emprego. Ate que ficou eu e meu irmão. E Tudo acabou dando certo.

Empresa Votocel Votorantim